Suicídio - Jornal Fato
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Suicídio

Foi num dia frio que nem música de Djavan, quando eu tomava chocolate quente e lia um livro


Foto: Governo Federal

Na cidade onde o calor chega a 40 graus, Cachoeiro de Itapemirim, está com temperaturas amenas, chegado até ser um pouco estão congelantes por aqui. Até que agora usar máscara é bom para esquentar o nariz, não é mesmo? (apesar de que ela embaça os óculos de quem usa, rs). Além disso, serviu de ferramenta para esconder quando não estamos tão bem. Essa pandemia mudou nossa vida, hein?! Mas vai passar.

Foi num dia frio que nem música de Djavan, quando eu tomava chocolate quente e lia um livro, que meu vizinho de porta gritou pedindo socorro. Ele pedia ajuda para sua esposa.

Ela sofre com crises de ansiedade e depressão e, nesse dia, ela resolveu tentar suicídio. Pensei comigo: mais um surto da doida! Afinal, não era a primeira vez que ela agia assim, e eu estando de boa e quentinha na minha casa vi que estava frio demais para ajudar. Mas, sabe de uma coisa, mano? Não custava conferir "qual era a dela", né?

Uma corda pendurada, vários cortes no corpo e ela chorava copiosamente gritando que queria morrer. Levá-la para o hospital? Claro que não! A urgência lá são os casos de COVID19, não essa confusão mental da moça. O jeito foi acalmá-la. Certas frases ajudam, como: "você não está sozinha", "tenha calma", "eu te ajudo", "vamos conversar?"? Assim ela me ouviu, confiou e deu certo. Menos uma na estatística para os casos de suicídio naquele dia. Eu sabia bem como ela estava se sentido. Quem tenta suicídio não quer tirar a vida, mas matar a dor que a consome por dentro.

Fez-me bem ver naquele dia que a grama do meu vizinho não é fácil, mas pode ser mais leve com um pouco de empatia, afinal, de médico e louco todo mundo tem um pouco e o importante é que tudo deu certo. Na verdade, dá certo quando a gente quer!

Setembro, conhecido também como Setembro Amarelo é voltado em prol da conscientização sobre os casos de suicídio. Não adianta julgar, mas ajudar. É um estado clínico mental silencioso, alguns dão sinais, mas poucos se importam com quem sofre, e quem sofre de depressão não tem condições sair desse quadro sozinho (a). Ajude!

 

Pâmela Gualandi

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