Sem pressa - Jornal Fato
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Sem pressa

Sem pressa transformo nuvem em figura invés de chuva eu deliro


Sem pressa transformo nuvem em figura invés de chuva
eu deliro
me impressiono
como o quadro sinistro vira sonho. Um misto de jasmim no jardim
deliro por necessidade.
do aroma
mas se existo não vivo na forma do exílio sem rosas
numa parte de mim que não cabe e se absorve com aqueloutra
Faço louças enquanto. Suspiro versos
deliro tanto tempo e na hora incerta do poeta que reinventa o vento e a gente
Então não fico turvo de tédio ou melancolia
estarei ardente.
incluindo desde o início toda metáfora a cada vertigem
como um ramalhete fictício de todos lírios que trago para moça.
então o oceano sublime no plano do peito desata toda água com emoção.
e eu deliro...

 

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Me olho

olho-me...
como algo roto num fosso
e me descubro desnudo
sedento
o sentido salta de cada instinto repartido e inteiro
sou eu mesmo
bebendo absinto na taça amargando  veneno que mata.
e no negrume procuro a janela da sala
por onde saio da cela deixando seus degredos
tudo se passa no silêncio da prece que depressa subsume à falsa promessa do homem morto.
e meu coração vagueia
pelo corpo.
um aviso e estou sem aviso.
preso às teias disto.
ressuscito!
vou ao sol
vou porque solto
vou...


Giuseppe D'Etorres Advogado

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