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Questão de escolha

A vida é "dom de Deus e a ninguém cabe tirá-la"


A vida é "dom de Deus e a ninguém cabe tirá-la". Se não bastasse, para muitos de nós, ela é única, logo, não dá para brincar.

Segundo a bíblia sagrada, a morte é fruto do nosso pecado. Afinal, na natureza, colhemos o que plantamos e, na vida ou nas eleições, não é diferente.

No livro de Genesis 2, 16-17 nos é revelado que Deus ordenou ao homem o seguinte: "De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás". O homem e a mulher optaram por comer. O desfecho todos conhecemos.

Ainda nesse livro, porém, capitulo 4, versículos 6-9, nos deparamos com um diálogo entre Deus e Caim, no qual o Senhor revela que o pecado bate à porta, mas que ele deve ser dominado. Apesar dessa advertência, vemos que Caim, por inveja, matou seu irmão Abel e pagou alto preço por sua escolha impulsiva.

Todavia, apesar da morte ter entrado em nossa sociedade, Deus é o autor da vida e não se agrada com àquela. Ao contrário, Ele nos convida a cooperar para que todos tenhamos vida. Veja-se o que o livro de sabedoria 1, versículo 14, nos revela:

 

  1. "Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra," 15"porque a justiça é imortal" 

 

Como na lei de Deus, a dos homens também valoriza a vida plena. Isso é o que se extrai da Constituição Federal que garante a todos dignidade da pessoa humana e a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

A Constituição Federal ainda garante vários direitos sociais, dentre eles: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Se esses direitos não existem na prática, estamos colhendo os frutos de nossas escolhas, logo, parece-me que estamos elegendo mal nossos representantes.

Afinal, diferente do que nos ensina Deus e do que nos garante a Constituição Federal do Brasil, a sociedade está repleta de mortes físicas, morais e psíquicas. As mortes físicas são, em geral, causadas por meio do descaso do administrador público; do aborto provocado; da eutanásia; da cólera contra o próximo; do ódio, da vingança; da posse; da intolerância, ... Ainda temos as mortes que decorrem da violência no trânsito, esta, por vezes, consequente da direção irresponsável; da alta velocidade; da inobservância das leis e da falta de infraestrutura nas estradas brasileiras.

Diante de tantas mortes, salta aos olhos que a sociedade precisa urgentemente deixar morrer o Adão e a Eva que há nela e escolher ser vivificada em Cristo Jesus. Afinal, o quadro de violência somente se transformará quando o amor, o perdão e a partilha se tornarem uma realidade.

Mas, não só isso. São imprescindíveis também políticas públicas voltadas para a entrega das garantias constitucionais ao povo. Nesse sentido, se pouca mudança podemos provocar sozinhos, o próximo domingo, dia 07 de outubro, é importantíssimo para tentarmos mudar o quadro atual, pois, nesse dia, não estaremos sós e nosso voto deverá representar o clamor nacional pela vida em sua plenitude.

Domingo não mais poderemos brincar, já não podemos "pagar para ver", pois, se nada fizermos agora para mudar o que está ruim, de nada adiantará culpar Deus, os homens e/ou os políticos. Afinal, estes últimos nós próprios escolhemos e será essencial que não sejam apenas frutos podres ou de consumação proibida.

Se errarmos de novo, por certo, haverá um alto preço a ser pago com a colheita futura. Entretanto, como em tudo na vida, é mais uma questão de escolha. Que dessa vez, saibamos escolher e que a vida, sonhada desde a criação humana, ao menos, reflita-se na realidade pós eleição.


Katiuscia Marins Colunista/Jornal Fato Advogada e professora

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