Por que esquecemos? - Jornal Fato
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Por que esquecemos?

Mais valioso que a mera lembrança, é a importância que se dá, daquilo que se lembrou


Por que esquecemos? Simples. Porque não nos importamos com o objeto da lembrança. Repare que um adolescente, normalmente avesso a compromissos, jamais olvidaria a data, local e hora daquele evento "rave". Jamais(risos). Qualquer cousa que lhe importe, e se traduza em euforia, não será objeto de sua negligência. Não. Ainda que o fato ocorra em horários inimagináveis, como bem cedo, lhe sendo importante, ele estará desperto, lembrando-se.

Esse fenômeno nos acompanha, infelizmente, a vida inteira. Digo isso porque, qualquer situação ou pessoa tem sua importância. Agindo diferente, estaríamos a criar categorias para os amigos, fatos e eventos e, nesse rol,  estabelecendo, às vezes, critérios equivocados para nos importar com algo.

No processo vital, portanto, tudo é importante, sejam as pessoas, os amores, os fatos ou eventos. Agindo de modo diferente, nossa memória, transformar-se-ia em desprezo e, aí, secundaríamos pessoas e suas humanidades. Quiçá, um dia evoluamos a ponto de nos lembrar sempre do semelhante, mormente aqueles a quem chamamos de - queridos", exceto se outros queridos" se posicionassem numa escala superior.

Entendo assim, que podemos distribuir lembranças, e cumprimentos, tal como amores, consideração e afeto. Caso contrário, jamais cresceremos, e estaremos fadados à mísera condição de perenes adolescentes, cujas memorias e lembranças, só se conectam àquilo que, nas suas pueris convicções, importa. Mais valioso que a mera lembrança, é a importância que se dá, daquilo que lembrou-se.

 

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Nada ocorre. Nada.

Às vezes dá nisto, e não se avista nenhum motivo.

Ou  inspiração.

Como um hiato, no vácuo, para o ato da criação

Nos meus planos, ausência é a total ausência de palavras.

As palavras, mais queridas, estão escondidas n'algum recanto qualquer

E não há canto nem canção. Nem prosa ou verso flutuam, tudo, no fundo, parece imerso  no final das partituras

E um silencio sepulcral tinge a tela, amarelando o cinzel.

Ficam, assim, de um modo estático, plenamente apático, num silêncio imenso, tapando a boca do poema.

Eis a sina da enorme clausura Não há forma, nem, tampouco, a rima que conceba a poesia.

 


Giuseppe D'Etorres Advogado

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