O tempo voa - Jornal Fato
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O tempo voa

Que o tempo voa não é novidade para ninguém. Da mesma forma que é, ou deveria ser, do conhecimento de todos que tanto as aflições como as alegrias estão em constante variação.


- Foto: Reprodução Web

A mim parece que nada é eterno e que vivemos numa eterna gangorra. O segredo da vida, penso eu, é saber sentir o vento fresco e ouvir o próprio riso frouxo quando ela está no alto.

Nos momento em que a gangorra invariavelmente nos obriga a fincar os pés no chão para tomar impulso para novos voos, nem sempre parece fácil.

Devemos continuar olhando para a frente, enxergando no outro um parceiro de aventuras que merecem ser vividas. De alegrias e lutas que precisam ser compartilhadas em qualquer tempo.

Mas tem uma coisa que aprendi com as dificuldades e dores quase insuportáveis. Uma hora tudo passa. Logo ali à frente serão irrelevantes e terão ficado definitivamente no passado. Coisa boa isso.

Mesmo que tenha sangrado e deixado cicatrizes profundas, essas dores e ferimentos podem ser exatamente a experiência que faltava para seguirmos em frente.

Diferentes, renovados, aprendendo a dizer não, a escolher o que de fato importa e nos faz bem. Sem individualismo, mas com instinto de sobrevivência e amor próprio.

Tenho aprendido isso todos os dias. E diante de um novo ano, gosto de verdade da pessoa que me tornei. A nova mulher que se desafia e segue em frente.

Amadurecida, mais sóbria talvez, que sobreviveu aos tsunamis sem perder a essência (uma opção às vezes desafiadora manter os princípios e valores diante do caos).

Que não se dobrou nem desistiu diante dos problemas que insistem em aparecer. A mulher que mudou de atitude, de corte e cor do cabelo (sempre quis usar acaju e nunca tinha ousado fazer isso) e valoriza ainda mais as roupas e os calçados que priorizem o conforto.

Tentando sempre não abrir mão da elegância, claro. Uma pessoa que está se cuidando para envelhecer bem.

Que não é obrigada à convivências tóxicas e que ama de verdade os poucos, mas verdadeiros amigos, que tem.

Essa sou eu, na versão renovada de ano novo. Meu desejo a cada amigo é que as perdas não sejam capazes de tirar definitivamente a alegria e o desejo de viver.

Realmente pode não parecer no momento do furacão, mas tudo passa. Eu sou testemunha viva disso.

Que 2022 nos surpreenda e estejamos preparados para as alegrias, e desafios, que nos esperam logo ali na esquina. Ah, e um lembrete. A pandemia não acabou.


Anete Lacerda Jornalista

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