O passado do futuro - Jornal Fato
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O passado do futuro


O Passado do Futuro

O cidadão cachoeirense Paulo Henrique Thiengo há bem mais de 30 anos luta em favor da preservação da cultura e da história de nossa cidade, principalmente, mas não só, quanto à história e preservação das ferrovias regionais. Sua luta transcende em muito à escrita, vai a ponto de juntar as antiguidades das ferrovias - trilhos, instrumentos, papéis e tudo o mais que represente a história. Afora suas incursões pela fotografia, pela filmagem, pelos textos históricos e pela antiga impressora do jornal CORREIO DO SUL, um dos mais importantes de Cachoeiro, em todos os tempos. E só falei um pouco da saga de Thiengo.

No entanto, há coisa de ano e meio, resolveu ele abandonar tudo, vencido física, moral e estruturalmente, dada a incrível incapacidade dos homens públicos de nossa cidade em fazerem algo decente que custe pouco. É isso mesmo, "grandes" obras por aqui se fazem e "gastam" muito, mas a simples preservação da História e da Cultura local, que custa - quase sempre - "merreca", disso não cuidam.

Agora, com o dinheiro dele, com o pouco dinheiro dele, Thiengo, numa espécie de carta de despedida do mundo público, ele mandou imprimir 30 pesadas páginas de mágoas próprias, sem nunca fugir da verdade, ainda que aqui ou ali exagere um pouco - e quem não exageraria?

É uma vergonha local que ele nunca tenha sido ouvido como merece - sequer parcela mínima do que ele merece - por aqueles que se sentam no trono passageiro do poder e se sentem o máximo - alguns desses já estão no esgoto da História Cachoeirense, mas Thiengo, mesmo sofrido, segue limpo, ao reverso de certas "otoridades" premiadas pelo voto popular.

Convoco os cidadãos de bem, principalmente aqueles que estão no poder, mas (ainda?) não no podre poder relatado por Thiengo, que meditem sobre as trinta páginas que ele deixou (estão sobre a escada do Restaurante Mourads e talvez em outros locais). Leiam o que está escrito e se tiverem um mínimo de sensibilidade e respeito por nossa cidade e por um cidadão honesto, façam ao menos um pouco do bem que ele sugere - sugere com muita dor.

Se alguém não mais achar essas 30 paginas do Thiengo, que entre em contato comigo, que as xeroco, desde que seja para coisas boas que se submeterão - ao menos aqui - ao meu crivo de cidadão e homem da cultura.

Há, sim, muitas coisas para se envergonhar em Cachoeiro e uma delas, certamente é o manifesto "O PASSADO DO FUTURO", título que Paulo Henrique Thiengo deu ao seu fundamental e fundamentado texto de denúncia e de despedida.

 

Vejam quem chegou de Repente

Quem chegou de repente foi a nova edição da única e consagrada biografia da cachoeirense LUZ DEL FUEGO, escrita por Cristina Agostinho com colaboração de Branca Maria de Paula e de Maria do Carmo Brandão.

A primeira edição é de 1994 (eu a tenho em mina biblioteca). E a segunda edição, que acabo de receber, foi lançada em dezembro passado em Belo Horizonte- é a capa que ilustra esta página.

Pelo que soube, há grande possibilidade do livro ser lançado na Bienal Rubem Braga, em Cachoeiro, que acontece em meados de maio.

Luz Del Fuego, nascida Dora Vivacqua, é natural de Cachoeiro de Itapemirim, completou um século de nascimento no inicio do ano passado e morreu em idade próxima aos 50 anos. Leitura obrigatória de toda pessoa culta e/ou cachoeirense. Espero que o contato com a editora traga o lançamento do livro a Cachoeiro. Ele pode ser encomendado a R$ 40,00 o exemplar no e-mail "[email protected]".

 

Aprendam Com Mandela

"Mandela tinha o grande dom da magnanimidade. Seu povo estava sendo espancado, preso e detido sem nenhuma acusação criminal. Alguns detentos não passavam de crianças. Sua própria esposa e suas lhas estavam sofrendo. Mesmo assim ele ainda conseguia sorrir e apertar calorosamente a mão dos mandantes dessas injustiças. Mandela não estava oferecendo seu perdão a P. W. Botha nem a seu sucessor, F. W. de Klerk, mas entrou no jogo tendo sempre em vista, no longo prazo, o maior prêmio de todos: a liberdade para a África do Sul negra. E a maior parte de sua luta pela liberdade foi feita da prisão da Ilha de Robben, graças à improvável ajuda de um carcereiro muito especial.

Christo Brand era filho de um capataz de fazenda. Passou a infância brincando com crianças negras e pardas na zona rural do Cabo Ocidental, na África do Sul, e pouco sabia sobre o cruel regime do apartheid que dominava outras partes do país.

Por ter abandonado a escola, ele deveria enfrentar serviço militar obrigatório nacional, mas, sendo um menino cristão, amante da paz e da família, Christo relutou em entrar para as brutais forças armadas e policiais da África do Sul. Em vez disso, inscreveu-se no serviço carcerário e foi enviado à Ilha Robben para vigiar os homens mais perigosos da África do Sul: Nelson Mandela e seus companheiros revolucionários, os combatentes do Congresso Nacional Africano (CNA). É essa incrível experiência que Christo narra neste livro, com a ajuda da jornalista Barbara Jones".

(Texto da última capa do livro "MANDELA - Meu prisioneiro, meu amigo", leitura obrigatória e educativa para os que querem abandonar ou já não têm preconceito).

 

Frases Soltas por Aí

Assiste-vos o direito e o dever de depor o governo, quando contrário aos interesses e à felicidade da Pátria. Benjamin Constant, citado por Fernando de Abreu.

Onde houver sinceridade, lealdade, ai, certamente, algo haverá digno de nosso respeito. Fernando de Abreu.

Para servir e pregar os grandes ideais não se faz necessário ser padre ou doutor. Fernando de Abreu.

O Mestre disse: Hoje em dia as pessoas acham que são filhos devotados quando sustentam seus pais. Mas elas também sustentam seus cachorros e cavalos. Se não há respeito, qual é a diferença? Confúcio.

Odiamos o outro não por ele ser diferente de nós, mas para poder ignorar que ele é parecido conosco. Contardo Calligaris.

Já me enganaram de sobra, dizia o povo, e vou fiscalizar para que não me venham a enganar mais uma vez. Frédéric Bastiat.

Um árabe tinha razão quando dizia que só conhecia uma única nobreza real: a de seus cavalos.

Giuseppe Cerutti, filósofo, 1791.

Até os canalhas, pelo simples fato de estarem reunidos em multidão, às vezes adquirem princípios de moralidade. Gustave Le Bon.

As multidões não são influenciáveis por raciocínios e só entendem grosseiras associações de ideias. Gustave Le Bom.

Escrevo porque existe mentira para denunciar, para a qual quero chamar a atenção. Penso sempre que vou encontrar quem ouça. George Orwell.

A nobreza de uma ideia não tem nada a ver com o canalha que a exprime. Millôr Fernandes.

Mais uma semana e completo 500 CONEXÕES MANSUR publicadas. Uma vida. Higner Mansur.

 


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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