Na casa do Rei Roberto - Jornal Fato
Artigos

Na casa do Rei Roberto


Há, em Cachoeiro, grande concentração de excelentes artesãos e artesãs. Arrisco dizer, fiando-me no também excelente artesão Gute Sardenberg, que nosso município tem pra mais de 200 artesãos de alta qualidade que, diria eu, pode aumentar muito mais se o poder público abrir mais seus braços para acolhê-los, seja na infraestrutura deles, seja no apoio de divulgação, seja no respeito, coisas que meu espírito do contra tem de reconhecer que vem acontecendo, nos últimos meses, na atual administração municipal. Espera-se, claro, mais e sempre mais, vez que cada ocasião em que nosso artesanato sobe um degrau, sobem com ele nossa cultura, nossa economia, nosso turismo, nosso nome lá fora e, porque não dizer, sobe a administração pública, ao conseguir enxergar e dar luz a nicho tão poderoso, do povo.

Nessa semana especialmente, e isso vem crescendo, artesãos e artesãs inteligentes tem sabido ocupar esse nicho, simplesmente juntando o excelente artesanato à figura de nosso cachoeirense entre os mais ilustres e, certamente, o cachoeirense mais popular no mundo - Roberto Carlos.

Quem foi e quem for, por esses dias, neste fim de semana especialmente, à Casa do Rei Roberto Carlos, terá surpresa muito agradável. Casa e Rei vivem momento de glória, na semana que comemora os 77 anos de Roberto Carlos e seus mais de 60 anos de esplendoroso sucesso - verdadeiro rei da música popular brasileira.

Fui à Casa do Rei nesta quarta-feira que passou. Lá estava o Gilberto, artista servidor da casa, cantando a tocando músicas do Rei, junto aos demais funcionários e funcionárias, todos, em atendimento perfeito, recebiam visitantes ilustres e simples. Quando cheguei encontrei casal de cariocas, com suas duas jovens crianças, emocionadíssimos todos em visitar a casa onde nasceu Roberto, digo Roberto apenas, pois foi nesse grau de intimidade com o Rei que o casal de visitantes a ele se referia. E suas crianças rolavam literalmente pelo chão limpo do quintal, na pequena barraca dos fundos da casa onde um dia Zunga brincou.

E lá, claro que não poderia deixar de dizer, estavam as Bordadeiras do Rei, oito mulheres comandada pela heroína Sirlei Alves, num dos mais expressivos núcleos de artesanato de nossa cidade e região - são elas que sofrem e se alegram com o dia a dia do Mercado Municipal, juntamente com outras colegas de outras frentes de artesanato. E como Sirlei não é egoísta - já contei parte da história dela, em crônica - junto aos bordados dela e de suas companheiras (almofadas, colchas, toalhas de mesa, homenageando as músicas de Roberto) tem à venda esses e outros artesanatos, como camisetas, canetas, canecas, etc., de outros artesãos de Cachoeiro e região Sul. Bom falar bem das pessoas que merecem.

São Vicente - Proposições de Médio e Longo Prazo

José Waldi de Almeida, Fabiana Ramos Dias Caçador e Alberto Estevão M. Silva

1 - Elaborar e implementar programa de educação ambiental voltado principalmente para o reflorestamento de encostas, margens de córregos (mata ciliar) e topos de morro, bem como adotar prática de manejo sustentável dos solos comprometidos pelas culturas agrícolas.

2 - Elaborar e implementar projeto de recuperação de áreas degradadas, voltado para o reflorestamento, de encostas, topo de morros, margem de córregos e de buracos formados pela erosão, a ser acompanhado por profissional legalmente habilitado.

3 - Elaborar e implementar projeto paisagístico, com o objetivo de minimizar o impacto visual ocorrido.

4 - Priorizar, para implementação das culturas agrícolas, áreas de baixa declividade e isentas de processos erosivos, onde não haja necessidade de supressão de vegetação nativa e não estejam localizadas em quaisquer Áreas de Preservação permanente.

5 - Abolir a prática de plantar café ou outras culturas em encostas com declividade superior a 45º (na linha de maior declive), em distância inferior a 30 metros dos cursos hídricos e a 50 metros das nascentes, bem como no topo de morros e montanhas (em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima de elevação em relação à base), por serem consideradas de Preservação Permanente, conforme estabelecido na Resolução CONAMA 303/2002.

6 - Se o plantio do café for realizado em encosta com declividade inferior à retromencionada, o topo do morro deverá estar preservado e incrementado com cobertura vegetal, e o plantio recomendado será executado em curvas de nível, reduzindo significativamente a perda de solo.

(Daqui em diante, o texto é de Higner Mansur - texto de 2016. José Waldi de Almeida, Fabiana Ramos Dias Caçador e Alberto Estevão M. Silva, são profissionais engenheiros da melhor qualidade. As conclusões que transcrevo deles, ai em cima, retirei-as, todas, do "Diagnóstico Ambiental do Córrego São Vicente" deles, a partir de levantamento que fizeram no distrito de São Vicente, município de Cachoeiro de Itapemirim. O diagnóstico é datado de 26 de fevereiro de 2009, portanto pouco mais de mês após o desastre que se abateu sobre aquela comunidade, em 22 de janeiro daquele ano, arrasando-a.

Nada obstante a ótima qualidade, tanto das proposições, como do diagnóstico de 34 substanciosas páginas, nesses quase seis anos de publicação (apenas interna), nunca vi nenhuma divulgação sobre a implementação das medidas muito bem indicadas por esses ótimos profissionais.

Da minha parte, macaco velho em política, ainda que sempre aprendendo, nunca vi governo - todos eles, qualquer um - deixar de trombetear as maravilhas que fizeram. Se o atual governo tivesse implementado as proposições técnicas indicadas, com certeza ele - governo - teria feito a maior festa, soltando foguetes e publicações na imprensa. Como nada disso foi feito, reservo, para mim, a certeza da dúvida e da incredulidade. Enfim, continua sofrendo São Vicente, em parte pelo silencio dos moradores de lá, ao menos a maioria).

Mais texto de Higner Mansur - agora em abril de 2018 - Continua a mesma merda.

 

 


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

Comentários