Maurílio Coelho - Jornal Fato
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Maurílio Coelho


"Muleque" bom, menino da paz, que tem seus valores e também é sagaz. Esse é um pouco do muito que há no meu amado filho: Maurílio Coelho, nome que traz em si um pouco da história e da tradição da família do pai, mas que tem sua identidade própria, seu valor e sua autobiografia.

O texto dessa semana é dele que, em 19 de março, completou 15 anos. Durante esses anos, nunca pude reclamar, pois Deus me agraciou com um filho saudável, amigo e sempre presente ao lado dos pais.

Acontece que o tempo voa e, como num piscar de olhos, me deparei com um adolescente que traz em si um pouco de mim, um pouco do pai, mas muito de si próprio. Com isso, por óbvio, surgem desafios, afinal: mãe quer filho na sua cola, quando já não pode dar colo; mãe quer filho nos seus trilhos, mas, de repente, percebe que ele tem seus próprios traçados. Essa descoberta traz sentimentos contraditórios de orgulho, de receio, de frustração, mas também de encanto.

Acho que a maternidade é isso: sonhar uma vida para os filhos; fazer planos e descobrir que, no fim das contas, eles terão seus próprios sonhos e caminhos a percorrer. Assim, aprendemos a orar, a trocar experiências e a aprimorar os valores.

Um dia desses, ao chegar a casa, Maurílio me chamou para ouvir um bit (acho que é isso) de uma letra que escreveu. O som tocava no computador e ele cantava sua escrita. Fiquei irradiante, mas isso não é coisa de mãe, pois, embora suas letras, em geral, fiquem entre as paredes de seu quarto, quando alguém ouve, gosta.

Deste modo, enquanto a vida vai seguindo seu curso, nesses 15 anos, muitas coisas aprendi com meu filho, cito: além de segurar o coração para não passar da boca com o gosto que tem pelo skate, tenho aprendido a olhar com mais respeito para o Rap. Estilo musical, por vezes, vítima de preconceito, mas que me tem revelado a existência de jovens críticos e insatisfeitos com a situação atual do país. Jovens que não riem da desgraça, mas a criticam, o que é bom.

Ouvindo Rap, me pergunto: quem sabe através desse estilo surjam gerações menos acomodadas e, com isso, prontas para começar o processo de mudança que o Brasil precisa.

Quem sabe aprendamos que a juventude, que continua carente do controle e da conscientização dos pais, também tem muito a nos ensinar através dos sentimentos que expressa, das ânsias que exala e de seu jeito único de demonstrar afeto.

Em meio às reflexões que a vida me leva a fazer, hoje através da minha primeira experiência com a maternidade, sou impulsionada a superar alguns conceitos limitativos; a equilibrar algumas emoções e a amar de modo único e incomparável aquele que sempre foi e será parte de mim.

Assim, não sei se deixo meus parabéns ou meus agradecimentos a este menino pelo que é e pelo que representa na minha vida. Na dúvida, deixo um pouco de mim ao seu dispor e muito do meu amor recheado com desejo de uma vida plena e feliz.

 

Katiuscia Oliveira de Souza Marins


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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