Mais do que o trânsito, é preciso mudar a cultura - Jornal Fato
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Mais do que o trânsito, é preciso mudar a cultura

Depois de alguns anos, a Prefeitura volta a planejar alterações no tráfego


Para mudar nossos hábitos, primeiro temos que assumir o compromisso profundo de pagar o preço que for necessário.

William James

 

Toda e qualquer mudança vai sempre gerar reações. Foi assim quando a Prefeitura mudou o trânsito na região central, instituindo sentido único na Praça Jerônimo Monteiro, rua Samuel Levy e Avenida Pinheiro Júnior, há quase cinco anos. Hoje, com as mudanças consolidadas, ninguém mais fala em voltar ao antigo modelo.

Depois de alguns anos, a Prefeitura volta a planejar alterações no tráfego. Nada tão drástico, mas com o objetivo de dar mais fluidez. Com alterações menores, as reclamações também diminuíram, mas existem. A maioria, órfã das vagas de estacionamento que serão extintas no local onde antes ficava a torre de fazer chover.

As pessoas estão acostumadas a pensar a mobilidade urbana da perspectiva de quem tem carro para estacionar, quando deveriam pensar em transporte coletivo mais eficiente. Quanto menos carros particulares nas ruas, menores os engarrafamentos. Um ônibus lotado, substitui 60 carros de passeio com apenas um ocupante, como se observa na maioria dos casos. São 300 metros a menos de veículos nas ruas.

Por isso, as alterações que serão testadas na semana que vem são mais importantes do que as feitas ontem. Visam experimentar a implantação de novos corredores - exclusivos ou preferenciais - para ônibus no bairro Guandu, o que, inevitavelmente, vai ensejar a extinção de vagas de estacionamento para deixar livre o fluxo para o transporte coletivo.

É claro que, para funcionar, quando e se definitivamente implantadas as alterações, será preciso fiscalização rigorosa para evitar o que já ocorre nas faixas de ônibus que ninguém respeita na mesma região. É a parte mais fácil.

Difícil é levar adiante o investimento necessário em soluções para promover o uso mais inteligente dos espaços e dos meios de transporte.

Para mudar o modo de pensar de quem vê no veículo individual a melhor alternativa, é preciso tornar o transporte coletivo mais rápido, pontual, barato, eficiente e atrativo - a integração promovida com uso de bilhetagem eletrônica, está provado, não deu conta.

E, além disso, incluir novos modais de transporte, como a bicicleta, em alta nas atividades esportivas noturnas pela cidade, mas negligenciada como veículos de transporte em horário comercial.

Caso contrário, ao invés de melhorar a situação, as modificações no tráfego que não reduzam o número de carros e motos na rua e ainda suprimam as vagas de estacionamento -  tendem a ser mais um tormento no já tão complicado trânsito cachoeirense.

 

Sobe

Bombeiros

Os bombeiros sargento Louvo e cabos Fassarella e Lílian salvaram ontem a vida da pequena Lara, de apenas 40 dias, vítima de intoxicação acidental por medicamento. O impressor Pedro Moreira, vizinho da família, chegou à sede da unidade com a criança no colo. Além de prontamente leva-la ao hospital, impediram que o pai do bebê, muito nervoso, seguisse a unidade de moto, pois corria risco de se acidentar.

 

Desce

Censura pós fakes

É preciso muito, mas muito cuidado mesmo para que a título de se combater as Fake News, uma praga nas redes sociais, não se faça censura contra os veículos de comunicação sérios. Há, dentre assessores de políticos um certo frenesi, com intenção de usar essa preocupação legítima, inclusive da imprensa, para evitar publicações de fatos, e não fakes, que sejam contra seus interesses. Eles já se movimentam para isso. É só observar.

 

DESTAQUE. O casal Toninho e Ivonete posa ao lado do filho, Leonardo na comemoração de seus 21 anos de casados, realizada sexta-feira comum jantar no salão da Maçonaria de Marataízes, com a participação, é claro, de muitos amigos e familiares, que compartilharam dessa alegria. 

 

DESTAQUE. A bienal Rubem Braga já terminou, mas ainda nos presenteia com belas imagens, como essa: do estande do Programa Cuidar Mais, da BRK Ambiental, que atraiu a atenção dos jovens leitores. O espaço reuniu exposição de revistas em quadrinhos desenvolvidas por estudantes dos 5º anos de escolas da rede municipal de Cachoeiro de Itapemirim e do Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), revelando os escritores do futuro.

 

Mas, hein?!

Enquanto Itapemirim anuncia frustração de receita de R$ 20 milhões em apenas um bimestre deste ano, a arrecadação de royalties no Brasil cresce 38,5% até abril e rende R$ 3,5 bilhões a mais. Receita no acumulado no ano já soma R$ 12,8 bilhões, impulsionada pelo aumento dos preços do petróleo, e pode atingir o valor anual recorde de R$ 43 bilhões, segundo projeção do CBIE. Ou seja, a arrecadação com royalties subiu em proporção semelhante à qual caiu a receita do segundo município capixaba que mais recebe esse tipo de recurso. É, no mínimo, estranho.

 


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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