Fé morta - Jornal Fato
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Fé morta


Já faz algum tempo que me reinvento e reeduco para me importar cada vez menos com a opinião dos outros, desde que tenha absoluta convicção de que não abri mão de princípios e valores, e de que estou preservando a fé cultivada ao longo do caminho.

Uma fé que não exclui nem discrimina, mas que não pode se calar frente aos abusos e feridas provocadas em nome de Deus. Quero conviver com o que e com quem realmente importa, mesmo que isso pareça contraditório.

Não estou certa se aprendi a separar o joio do trigo, crédula demais que sou por vezes, mas esse é um objetivo constante. Mesmo que minhas decisões me mantenham longe dos holofotes, tão desejados por alguns, que pagam qualquer preço pelas luzes da ribalta. Que precisam ser notadas a qualquer custo.

Dispenso de bom grado muitas coisas preciosíssimas a outras pessoas. Mas se tem uma coisa que valorizo muito é a liberdade de poder expressar minha opinião, mesmo que envolva a fé, que virou mercadoria de alto preço, mas sem valor espiritual.

Não posso me calar quando a polícia revela que um homem resolveu abrir uma igreja do nada e virar pastor. Esse, que provavelmente como tantos outros, se denominava "ungido do Senhor", estuprou os filhos, os espancou e queimou-os quando estavam desacordados, mas vivos.

As histórias inventadas posteriormente são públicas. O fato chocou a mim e a tantos outros pela monstruosidade, pela falta de amor e pela sede de poder, já que a liderança canalha na vida eclesiástica concede benesses, roupas de marca, carros de luxo, a frequência a bons restaurantes e tantas outras mordomias negadas aos fiéis que os sustentam.

São "pastores" movidos pela religião, mas não pela Cruz de Cristo. Já vi esse filme bem de perto e não o recomendo a ninguém, o final é deplorável e vai contra tudo o que a Bíblia recomenda.

Continuo vendo muitas pessoas procurando preencher vazios espirituais e afetivos a partir das palavras e ações de estelionatários, mercadores da fé com sérios desvios de caráter e de conduta, e essa monstruosidade do pseudo pastor prova isso.

Se estamos chocados com duas crianças estupradas e queimadas vivas pelo próprio pai, falso profeta, o lobo em pele de cordeiro que conseguiu atrair tantos fieis, é bom saber que tem muita gente sendo empurrada nesta mesma direção.

Cuja fé tem sido morta por esses ditos homens de Deus que descumprem um dos principais mandamentos, de amar ao próximo como a si mesmo, mas que enchem os bolsos, pregam aos berros, prometem prosperidade material, mas são pastores do inferno.

Vemos templos cheios de pessoas e vazios do Espírito Santo de Deus. E esses canalhas continuam abusando da boa fé de tantos fiéis. Bem diz a Bíblia. Maldito é o homem que confia no homem. Realmente os dias são maus. E é lamentável ver que a religião tem sido usada de forma tão perversa.


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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