Entre Perspectivas e Esperanças - Jornal Fato
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Entre Perspectivas e Esperanças


Sociedade pode ser caracterizada como um grupo de pessoas que compartilham propósitos e costumes, dentre outros, constituindo uma comunidade. Logo, somos resultado de uma construção e interação a fim de alcançarmos o bem-estar. Diante de tantos anúncios de violência, corrupção e perversidades, temos qual desenho social?

Acordamos todas as manhãs, assumimos nossos postos de trabalho, reinventamo-nos, e nos resignamos também, para que alcancemos progresso e consigamos arcar com nossas responsabilidades. Acreditamos, com o despertar do Sol, ser possível aprumar arestas e percalços. E, neste andar, compartilhamos desejos de dias melhores.

Presenciamos, nas mídias, a degola de nossas perspectivas e de nossos anseios quando lemos ou escutamos que os preços sofreram novo aumento, que "aquele" representante está envolvido em esquema de corrupção, que morreram milhares no trânsito ou nas disputas do tráfico por mais poderio. Vemos anunciada a decadência social, e uma melodia ecoa em nossos ouvidos que os homens se embruteceram demais.

Pego-me, continuamente, a máxima do meu querido bruxo Machado de Assis de que viver requer tirar do maior mal o maior bem. É tarefa de confronto, mas necessária à espécie humana. Não esqueçamos que somos seres vivos adaptáveis, mas nada de anestesia.

Vivemos em grupo porque nascemos sociais. Temos necessidade do outro, da sua convivência, do seu amor, embora sinta, em muitas ocasiões, um desamor agudo. O embrutecimento do homem e a falta de altruísmo nos chocam e devem ser combatidos diariamente. 

Não podemos consolidar a corrupção como parte da política, a ignorância como parte da pobreza nem tão pouco o mal como parte da sociedade. É nossa grande luta: ser sociedade. Construir bons laços, bons apegos e novos sorrisos. 

A dor alheia deve nos comover, a violência nos causar repulsa, a desonestidade nos incitar mudanças. É nesses embates que devemos questionar sentidos de sociedade, compartilhando sonhos de dias melhores (porque eles vêm, mesmo sorrateiros, mesmo aos berros). E são os dias bons que alimentam os tempos difíceis.

Em momentos de decisão, de escolhas políticas, acordemos as esperanças, levantemos do sono o desejo de um dia novo. Todavia, não sejamos aliciados com ideologias hipócritas e discursos de acomodação. Há que se pensar, questionar com expectativas, com o "coração robusto", pois, assim, o mal ganhará menores contornos e seremos uma sociedade mais humana.

 


Dayane Hemerly Repórter Jornal Fato

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