Encontros eleitorais - Jornal Fato
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Encontros eleitorais

Amigos e amigas, há muito olvidados, na gaveta do tempo, surpreenderam-me com a reaparição, no último domingo, na festa democrática das eleições


- Ilustrativa

Amigos, amigos e amigas, a muito olvidados, na gaveta do tempo, surpreenderam-me com a reaparição, no último domingo, na festa democrática das eleições. É o que digo sempre, nada mais nostálgico, e dia ímpar para matar saudades, que dia de eleição. Oriundos de várias paragens, eles surgem aos borbotões, e muito mais que o voto, falamos de tempos idos. Tempos dourados, que tanta alegria nos proporcionou. A cada momento surgiu um. E eu, postado na esquina do Independência, largamente abria os braços, a voz e o sorriso. Como a cidade cresceu! É de impressionar. Cresceu também a falta da proximidade de tantos amigos queridos que, só em oportunidades assim, podemos rever.

Ausentei-me apenas para o almoço. De resto, democraticamente, fiquei ali, como um cicerone, a recepcioná-los, para minha alegria, um após o outro. Quiçá, pudéssemos repetir sempre essa dose. Repetir sempre essas doses. Rever velhos amigos e, democraticamente, escolher quem nos represente. Só a democracia salva a si mesma. Viva a alegria do reencontro, do reencontro doce e anil com a gente mesmo e os velhos amigos. Que venham mais eleições, e contentamentos redobrados. Pelo menos uma vez, de quatro em quatro anos, podemos nos arremessar no tempo, e voltar aos seus melhores dias. Viva a democracia, para sempre viva.

 

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Tivesse mais, eu daria

Daria mais, tivesse todo tempo para dar.

 

Tivesse um plexo sobre o sol, e cada onda de calor, onde fosse a energia, eu daria, no início, no meio e fim desse dia. Daria, sim.

 

Tivesse o espectro da tristeza, invalida e pálida, eu riria, e ao invés da lágrima áspera, daria alegria para cada criatura.

 

Tivesse tudo, daria o mundo coberto de prata, tertúlias e poetas. Daria os verbos e pronomes, para cada homem e cada mulher.

 

Tivesse o antidoto, para todo veneno, daria célere o remédio valido de meus versos, para quem agoniza, sem poesia.

 

Tivesse mais, daria a paz das redes, ao entardecer, e um séquito de tranquilos amigos, à sombra de arvoredos, sem medos, a quem daria caminhos e frutas, e a certeza de que teriam, tudo que daria.

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