Ano eleitoral, de novo - Jornal Fato
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Ano eleitoral, de novo

Está chegando, mais uma vez, o período das mentiras absolutas e das verdades e ética seletivas.


- Foto Reprodução Web

É ano eleitoral, época em que todos os esforços dos homens públicos com mandatos são desconsiderados em nome do projeto de um grupo político que não é o que está no poder, mas o busca a qualquer preço.

Não consigo achar que essas regras pouco ortodoxas do jogo sejam naturais ou tão pouco saudáveis, mesmo tendo trabalhado a maior parte da minha vida profissional com assessoria de comunicação política e visto e ouvido muita coisa nessa caminhada.

Dizem por aí que todo político tem o seu malvado favorito, responsável por fazer o trabalho sujo das campanhas eleitorais.

Eu desconheço, ou prefiro não acreditar, e nunca fiz parte desse time. Talvez fosse idealista, ou ingênua demais para ser aceita nesse grupo de "grandes" profissionais.

Eu sou utópica, até sonhadora, e prefiro esperar, e crer, em novos tempos em que os políticos, mesmo que adversários, saberão respeitar e reconhecer o trabalho deixado pelo outro, sem perder tempo buscando esqueletos no armário e paralisando a gestão pública.

Nas campanhas que já trabalhei, ora perdendo, outras ganhando, ainda me lembro das dores e lágrimas em função das histórias propositadamente mal contadas sobre o candidato, ou lançadas contra o outro, com autoria atribuída a quem pouco sabia da história, para destruir relações, imagem e reputação.

É assim que funciona, mas não deveria ser. A defesa do interesse público deveria ser valor inegociável para qualquer grupo político, mas lamentavelmente não é regra.

Diria até, com muita tristeza, que é exceção. O que é uma pena, especialmente em tempo de comunicação digital, em que os fatos, e os boatos e fake news, se espalham na velocidade da luz.

É preciso, mais do que nunca, que a democracia seja valorizada e fortalecida e que os homens (e mulheres) que a desprezam e ao bem comum sejam excluídos da vida pública.

Nunca é tarde e desistir de passar o país a limpo não é opção. Que venham as eleições. Que ninguém mais seja manipulado por algoritmos e estrategistas que vendem a mãe. Se fazem isso na família, imagina o estrago que provocam na vida política do país. Você já viu esse filme?


Anete Lacerda Jornalista

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